domingo, 2 de dezembro de 2007

A Loucura necessária

Carlos Giovani Delevati Pasini*

giovanipasini@bol.com.br

Gostaria de iniciar este artigo, com uma pequena frase de Carla Cristina Bojorque, extraída de um dos livros do Roberto Shinyashiki, que assim diz: “Tem gente que vive sem nunca estrear!”.

Os dias são tão rápidos, que rapidamente se tornam anos. Estes, fugazes, se acumulam para virarem décadas. Tanto assim, que o gol perdido do pênalti do Roberto Baggio, emoção que tornou a nação mais bela da terra, dona dos quatro cantos da copa deste mundo, ocorreu “lá” no ano de 1994, conquista tão longe e tão perto.

A viva lembrança de quando tínhamos doze anos e, ansiosamente, éramos donos da adolescência impaciente, a qual demorava séculos para alcançar os quinze anos, aqueles da almejada liberdade provisória.

Mas, sem percebermos a fugacidade de cada momento e acostumados com a mesmice do dia-a-dia, não notamos as rugas invadindo o nosso rosto. O tempo passa, enganando ser tão lento!

A mesmice tão improdutiva para a criação, para o avanço rumo ao vento no rosto, em um único momento de um filme como o Titanic!

A loucura, caro leitor, algumas vezes se torna necessária. A insanidade da poesia, do amor, da felicidade, do risco calculado, do beijo roubado – momentos que nos fazem sentir a verdadeira sensação de estarmos vivos e de havermos sido criados à imagem e semelhança do Eterno!

A estréia em um palco, em que os espectadores vidram os olhos no movimento rítmico dos braços, dos lábios e do coração do locutor. A passada que, quando desferida, faz com que se saia detrás das cortinas – para os aplausos (ou mesmo as vaias) – esta é uma loucura necessária!

E reza um dito popular, o qual me falha o autor, que afirma que “Vale mais um segundo como águia, do que mil anos de cordeiro”.

*Mestre em Educação

e em Ciências Militares

A humildade necessária

Carlos Giovani Delevati Pasini*

giovanipasini@bol.com.br

Um dos defeitos que mais denigre uma pessoa é a soberba. Esta palavra, pouco utilizada, está definida no dicionário como um sinônimo de orgulho, arrogância e altivez.

Todos os seres humanos, incluindo você e eu, já foram difusores de algum tipo de soberba. Basta apenas tentar recordar, buscando a lembrança bem lá no fundo da consciência (já que ela é sincera!). Pensamentos orgulhosos que povoaram a nossa mente, tais como “Sou melhor funcionário que ele...”; ou mesmo “Meu vestido é mais bonito...”; ou ainda “Como ele é burro! Ainda bem que eu estou aqui...”

Não se assuste, somos normais, não há nada maquiavélico nesses e em outros pensamentos relacionados. São apenas frutos da natureza egocentrista que prevalece no caráter do homem, desde a primeira infância.

Não, não se alarme. Porém, fique sempre atento àquela humildade necessária, quando você for tratar com outras pessoas: funcionários, assistentes, empregados, crianças, alunos, chefes, colegas etc.

Seja rigoroso com a sua soberba, fiscalizando a própria arrogância, dominando o falso prazer do sucesso, baseado na derrota dos outros. Lembre-se sempre, do pensamento de Pascal, o qual afirma que “A humildade de um só faz o orgulho de muitos”.

Enfim, a soberba preponderante só irá diminuir quando, com a mais alta lucidez, deixarmos de ser o centro das atenções e passarmos a ocupar o centro da aprendizagem – a maioria das vezes aprendendo, bem mais do que ensinando – até o derradeiro segundo, do último dia de nossas vidas.

*Mestre em Educação

e em Ciências Militares